4/05/2011. Fonte: Jornal Folha de São Paulo Três dos 13 vereadores de Taboão da Serra foram presos ontem por suspeita de integrar um esquema de venda irregular de quitações de dívidas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Carlos Alberto Aparecido de Andrade, 47, do PV, Arnaldo Clemente dos Santos, 43, o Arnaldinho, do PSB, e José Luiz Eloi, 47, do PMDB, foram detidos durante sessão da Câmara Municipal da cidade da Grande São Paulo, que tem 250 mil habitantes.
Andrade tentou fugir, mas foi alcançado por um policial armado com metralhadora.
Do lado de fora, populares gritavam "leva mais um". Os três são da base política do prefeito Evilasio Cavalcante de Farias (PSB). Outros vereadores são investigados.
Farias foi procurado, mas não atendeu ao pedido de entrevista. Segundo o chefe dos investigadores locais, Ivan Jeronimo da Silva, a prefeitura é alvo da investigação.
Irmão do vereador Andrade, Milton Andrade também foi preso durante a operação.
A Folha não teve acesso aos acusados e seus advogados não foram localizados.
Segundo o delegado Raul Godoy Neto, o rombo do golpe ultrapassa os R$ 10 milhões. O esquema funciona desde junho de 2010, afirma.
A quadrilha cobrava 30% do que era devido de IPTU para sumir com o valor integral da dívida, diz a polícia.
As prisões são temporárias (por cinco dias). Outras seis pessoas, ligadas direta ou indiretamente a setores responsáveis pela cobrança do IPTU, também estão na mira.
O vereador Andrade é acusado de trocar baixas nas dívidas do IPTU por votos.
Ele disputou as últimas eleições para deputado estadual, mas não foi eleito.
Parte da verba da fraude ia para sua campanha, de acordo com a polícia.
AFILHADO DO PREFEITO
A investigação começou em março, quando o auxiliar administrativo Márcio Renato Carra, 32, foi preso na Prefeitura de Taboão ao dar baixa em três carnês de IPTU que, ao todo, somavam dívida de R$ 64 mil. Carra é afilhado de batismo do prefeito.
Até agora, duas senhas de acesso ao sistema digital do IPTU foram detectadas como usadas para dar baixas em dívidas. Uma delas era de uma funcionária aposentada da prefeitura, a outra está registrada em nome de uma mulher que nunca existiu.
No começo do ano, revoltados contra aumentos de até 500% no IPTU, moradores fizeram protestos na cidade.
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